sábado, 19 de maio de 2018

Três jovens promessas europeias para ficar de olho

Esta matéria é necessária por demais. Sim, tenho que falar sobre três jovens que venho acompanhando e que são donos de grandes potenciais e que é fácil de ler a projeção de sucesso para o futuro das carreiras. Benjamin Henrichs e Kai Havertz do Bayer Leverkusen e Kieran Tiernay, do Celtic, talentos e promessas que me chamam atenção. Muito além da técnica, são três jogadores que vem tendo evoluções precoces, resultadas em cada jogo e em suas apresentações, demostrando comportamentos que o diferenciam dos demais jovens.

BENJAMIN HENRICHS (LATERAL DIREITO, BAYER LEVERKUSEN, 21 ANOS)

Foto: Maja Hitij/Getty Images

Benjamin Henrichs, o lateral direito que vem desempenhando todas as funções em todas as posições defensivas do Leverkusen desde o inicio de sua utilização no time profissional. Polivalente, o alemão de 21 anos é destaque desde a base, vencedor do prêmio Fritz Walter em 2016, na categoria Melhor Futebolista Alemão Sub-19 entre homens e mulheres. Na base da Seleção Alemã, foi tido como craque no Sub-15 e 16, além de peça fundamental para o Sub-17 e Sub-19. Chegando de forma precoce a Sub-21 e também na principal. Na Alemanha, é fonte de esperança e tido como pilar para a transição para o futuro e não é por menos, nas mãos de todos os técnicos com quem trabalhou, sempre foi peça tática e utilizado pela velocidade e dinâmica, passando por Roger Schmidt, um técnico de muito conhecimento, pelo ruim Tayfun Korkut, até o período atual com Heiko Herrlich, que também desenvolve um bom trabalho e parceria.

Tem como principais características, as jogadas laterais, com uma ótima visão de jogo e passes simples e acertados, seja em qualquer lado do campo. Com um jogo limpo, faz a transição tática de roubar a bola, com muitos carrinhos bem executados, passar e já se posicionar para o avanço ofensivo da equipe ou preenchendo a lacuna defensiva. Sua capacidade de passes, infiltrações pelo meio e jogo agudo, lhe permite a utilização na linha ofensiva. Fundamentos como esses são amadurecidos muito pelo belíssimo trabalho de base, tendo o 'carrossel' de posições na seleção e o forte trabalho caseiro e internacional do Leverkusen desde criança. Assim como todo jovem, pode se perder ou ter regressos na carreira, porém, Henrichs é uma joia que se manter a regularidade de crescimento e fazer todas as etapas, além de um projeto de carreira e utilização correta, será um dos nomes de Joachim Löw para 2022. O próprio treinador alemão lhe enche de elogios e já lhe deu chances na Seleção, inclusive, na Copa das Confederações 2017, quando campeões. Uma filiação que tem tudo para dar certo.

Em 2016, no blog Leverkusen 360°, escrevi sobre o crescimento da base masculina e feminina do Bayer Leverkusen e coloquei Benjamin Henrichs como o principal retrato do fato, confira aqui.

KAI HAVERTZ (MEIA, BAYER LEVERKUSEN, 18 ANOS)

Foto: Getty Images

Se você é ligado no dia a dia do futebol a algum tempo, já ouviu falar de Kai Havertz, conhecido pelo caso de ser cortado da lista de relacionados para a partida pela Champions League para realizar "importantes" atividades escolares, mas pelo menos na Europa, sua técnica e projeção de futuro é o que tem chamado atenção de agentes e clubes. Aos 18 anos, já acumula o protagonismo na Seleção Alemã Sub-19, inclusive com a camisa 10 e fase artilheira, vinda de uma ótima média de gols, 7 até aqui em 8 jogos, tudo isso após ter chances na Sub-16 e 17, mas sua técnica o coloca mais a frente.

É um meia central, que também cai pelo lado direito, ou tendo uma função mais recuada, mesmo não deixando a ofensividade no meio de campo. Boa finalização e chutes de bola parada, misturado com o domínio do um contra um, tendo a capacidade de se livrar do marcador com velocidade e drible. Sua conduta em campo, é compatível e já comparada com a leveza e simplicidade que gera a eficacia, como a de Mesut Özil, Mario Götze e Marco Reus. A coragem de partir pra cima numa linha de fundo, passando pelo defensor para infiltrar e puxar para o meio ou achar o melhor companheiro, tem sido marcas nas jogadas de ataque. Um jogador de muita visão, que abre e acha espaço, quebrando as linhas adversárias, muito pelo seu posicionamento, tanto em jogadas aéreas ou com bola no chão. O poder de reação também é uma característica que lhe destaca, pois o jovem mostra que não é apenas velocidade que resume reação e sim a não afobação após um erro, mesmo marcado e pressionado. Fisicamente ainda tem a crescer e quando isso acontecer, teremos um atleta completo em todos os sentidos.

Assim como Henrichs, sempre foi tido como promessa desde a base. Em meio a tantos como Patrik Dzalto, Marlon Frey, Lukas Boeder, Andrejs Ciganiks e tantos outros jovens, inclusive mais experientes, foi quem mais teve uma evolução bruta e já ganhou força no mercado, tendo seu nome especulado no Bayern de Munique. Com a chegada de Paulinho, do Vasco, e as possíveis permanências de Julian Brandt e Leon Bailey, teremos uma linha ofensiva de muita velocidade, visão, técnica e leveza. Olho, nesse em Havertz, uma joia, um talento que é ótimo assisti-lo.

KIERAN TIERNEY (LATERAL ESQUERDO, CELTIC, 20 ANOS)

Foto: SNS Group

A palavra 'raiz' atualmente vem tendo o significado daquelas características clássicas, antigas ou que marcaram uma padronização antiga, que gerava confiança e hoje, nostalgia. Pois se existe um zagueiro raiz da nova geração, esse é Tierney. Um jovem defensor 'sem frescura', que defende seu espaço de campo independente do lado ou posição que atue.

Vestindo a camisa de número 63 do Celtic, Tierney desde 2015 vem apresentando sinais de um defensor enjoado. Aparentemente, já consumiu o espírito de marra e entrega do capitão e ídolo Scott Brown e com uma postura de coragem, cheia de reações para tirar o rival do sério e chamando a torcida pro jogo, vem mostrando uma conduta sem nenhum sinal de imaturidade e timidez, independente do cenário e sempre com uma seriedade espetacular. Além dessa postura belíssima e protagonista na Escócia, ele tem a polivalência do meio pra trás a seu favor. No Celtic, atua de lateral esquerdo ou meia esquerda, partindo pra cima dos adversários com uma potência física que parece brutalidade, mas é apenas fantasiada de vontade e muita raça. Dribles e jogadas individuais, penetrando pelo centro, segurando a bola no pé até a linha de fundo, tem sido um atributo das suas investidas quando vai ao ataque, também com muita inteligência nos passes curtos e lançamentos para o companheiro bem posicionado. Sim, até aqui falei só de caráter ofensivo, mas é desta maneira mesmo. Até quando atua de zagueiro ele parte pra cima e sempre recompondo bem.

Assustadoramente habilidoso, abusa dos dribles contra os oponentes no campo de defesa e consegue suportar a pressão, sem ansiedade e com muita cautela nas jogadas. Seu jeito marrento vai dando o rótulo de defensor chato, o que conquista e o faz ser ainda mais xodó da torcida dos The Bhoys. Muita qualidade no posicionamento defensivo e poder de adaptação a atmosfera do jogo e de antecipação, o faz ser ainda mais chamativo. Na Seleção Escocesa, já chegou a ser capitão, sim, com 20 anos de idade e atua como lateral direito ou zagueiro central e mesmo caindo pro lado onde não costuma jogar no seu clube, não deixa de ter a potência técnica, física e psicológica.

É um dos mais promissores atletas com idade olímpica de todo o Reino Unido. Um jogador que eu contrataria sem pensar duas vezes, se fosse um executivo de um clube de grande liga. A Premier League é o lugar ideal para o lateral, que tem o estilo de jogo protótipo para ter o desafio de encarar uma responsabilidade do tamanho da realeza futebolística, a Inglaterra. Um defensor chato pra ser encarado e arma em todos os sentidos para seu time.

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