sábado, 20 de janeiro de 2018

América x Santa Cruz, o centenário Clássico da Amizade

Ele está de volta! O 'Verdadeiro Clássico das Emoções' entrará em campo. Os confrontos entre América Futebol Clube e Santa Cruz Futebol Clube, são titulados como o Clássico da Amizade, ou O Verdadeiro Clássico das Emoções. Em 2018, o Campeonato Pernambucano traz mais uma edição desse centenário derby, que teve inicio em 10/10/1915, sendo mais antigo que o Clássico das Multidões (Santa x Sport), o Clássico dos Campeões (América x Sport), o Clássico da Técnica e Disciplina (América x Náutico) e o Clássico das Emoções (Náutico x Santa). É ou não é tradicional?

Mesmo com Grafite, o Santa não saiu do 0 a 0 com o América, último confronto entre os clubes antes de 2018.
Foto: Rafael Martins/Esp.DP

Pilota, ídolo coral ajudou na virada por 7 a 5.
Foto: Arquivo Coral
As duas importantes instituições recifenses obtiveram ao longo de suas histórias, as boas relações entre clubes e torcida, o que fez gerar a alcunha 'Amizade' no título do clássico, nome esse mais efetivo nos confrontos que 'O Verdadeiro Clássico das Emoções'. Em 1917, pelo estadual, o Brasil veria uma das maiores viradas da história do futebol nacional. O América vencia o Santa por 5 a 1, porém a partir dos 30 minutos do 2° tempo, o tricolor começava sua espetacular reação, virando para 7 a 5. O Blog do Mequinha retrata todos os detalhes da super partida aqui. A tradição e rivalidade do clássico vem também de 1918, quando o América foi campeão do Campeonato Pernambucano, mas por uma derrota contra os corais, não sagraram-se invictos.

Em 12 de agosto de 1956, houve um confronto na Ilha do Retiro que acabou empatado em 1 a 1, foi bastante marcante, muito pelo jogo, claro, que não faltou emoção, raça dos jogadores, dribles e muita técnica pelas duas partes. Com tensão, domínio do Santa Cruz, lesão e aquela rivalidade, já que o último confronto entre os clubes tinha sido 6 a 3 pro América, além de tudo isso, o que marcou o confronto, foi o pré-jogo. A cidade de Recife estava com muita expectativa para a partida. A sensação era de um grande clássico, com show de bola, atmosfera comparada com a dos clássicos nos dias atuais, por exemplo. A marca dos confrontos já era grande e o interesse do público em relação ao clássico era extenso.

RECOMENDADO: América x Náutico, o centenário Clássico da Técnica e Disciplina

Discussão entre jogadores de América e Santa Cruz, pelo estadual de 1952. Foto: Reprodução/Blog do Mequinha

Amizade é um ingrediente constante fora de campo, mas dentro, já teve capítulos de intensa rivalidade. No estadual de 1952, vencido pelo Náutico, América e Santa se enfrentaram na Ilha do Retiro, com arbitragem europeia, num jogo de muitos gols, pênalti perdido, agressão, tumultos, expulsão, falha de goleiro e muita emoção. O Periquito venceu por 3 a 1, numa partida que marcou a rivalidade de clubes e torcida.

Em 1920, numa edição do Clássico da Amizade, o América acabaria abandonando o estadual. A equipe era uma das favoritas, vinha bem na competição, porém na partida contra o Santa Cruz, foi escalado o árbitro João Elias Bernardes, o que gerou contestação da direção esmeraldina, pois tinham convicção que nos jogos do alviverde que o juiz apitava, o Mequinha era sempre prejudicado e foi o que realmente aconteceu. O jogo foi marcado por muitos erros contra o América e o placar foi encerrado a favor do tricolor, 2 a 1. Após a partida, confusão total. Jogadores cercaram o árbitro, xingamentos excessivos e quase agressões contra o cidadão que não citou uma palavra se quer durante o ocorrido. Com essas fatos, a Liga Pernambucana de Futebol suspendeu por meio ano os irmãos Perez (Felipe e Antônio) e Bermude. Alexi levou suspensão trimestral. O clube da Estrada do Arraial recorreu ao Conselho Geral, que negou, o que acabou gerando ainda mais revolta da gestão americana, que fez como resultado, o abandono do estadual e também desligou-se da Liga futebolística.

Formado no Santa, Carlinhos Bala se considera ídolo do América.
Foto: Reprodução/LANCE!

No século 21, um dos grandes ídolos recentes do Santa Cruz, o atacante Carlinhos Bala, ajudou o Mequinha à chegar a Série D do Campeonato Brasileiro em 2016. O jogador formado na base do Santa Cruz diz ser o "Rei de Pernambuco", por ser ídolo nos 4 maiores clubes do estado: América, Náutico, Santa Cruz e Sport.

Junto ao Clássico da Técnica e Disciplina, o Clássico da Amizade já foi final do Campeonato Pernambucano por duas oportunidades, com um título para cada lado.

HISTÓRICO DE JOGOS: Foram 316 jogos em 102, quase 103 anos de história.

Vitórias do América: 64
Vitórias do Santa Cruz: 196
Empates: 55
1 jogo desconhecido*

(*) Dado do blog Esportes por Cassio Zirpoli

Último jogo: 21/01/2018 - América 2 x 0 Santa Cruz, no estádio Ademir Cunha, pelo Campeonato Pernambucano 2018. Gols de: Billy 55' e Tiago Bagagem 68'.

Próximo embate: Indefinido

FINAIS E PONTOS CORRIDOS DECISIVOS NO CAMPEONATO PERNAMBUCANO

Desfile do Santa Cruz no Torneio Inicio de 1947, ano que o Santa conquistou o Inicio e o estadual e o América foi vice em ambos. Foto: Diário da Manhã

1918: No inicio dos estaduais em Pernambuco, o América conquistava seu primeiro título e dava o ponta pé inicial para igualar e logo depois ultrapassar o Sport em números de títulos. Campeão com 17 pontos, na junção de dois turnos de um campeonato que só acabou em 1919, o América viu o Santa Cruz ser vice com 13 pontos. Zé Tasso, do Alviverde da Estrada do Arraial foi o artilheiro com 17 gols.

Outros encontros no campeonato: América 2 x 1 Santa Cruz (09/06) e Santa Cruz 2 x 0 América (08/12)

1921: América e Santa Cruz acabaram o estadual, que seria decidido nos pontos corridos, empatados em pontos, vitórias, empates, derrotas e saldo de gols. Uma final foi realizada para decidir o título e nela, o América fez 4 a 1 na cobra coral. Festa alviverde em plena época carnavalesca.

1947: No campeonato de três turnos, o Santa venceu os dois primeiros e o América conquistou o último. Na final, o tricolor venceu os dois jogos, com duas grandes goleadas. 5 a 3 no primeiro jogo e 5 a 0 no segundo e último.

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