Paulo Baier e Cito pararam em Marcos. Foto: reprodução |
Atual campeão da Copa do Brasil, o time comandado por Nelsinho Baptista e liderado por ídolos como Magrão, Igor, Durval, Daniel Paulista, Sandro Goiano, Fumagalli, Dutra e Ciro, conseguiu o feito de pela primeira vez passar da fase de grupos e tentava ir adiante e ficar entre os 8 melhores times da América, repetindo um feito para o nordeste após exatos 20 anos, quando o Bahia caiu nas quartas de finais na edição de 1989.
Daniel Paulista disputa com Diego Souza. Foto: reprodução |
O Leão vivia sua melhor fase de potencial e projeção de crescimento. Foi campeão do Brasil na era moderna, era o atual tetracampeão estadual, o Brasil por completo já temia e via no Sport um fruto de incômodo e progresso estrutural, popular e consequentemente técnico. Esse era o retrato da equipe que estava na Libertadores e numa Ilha repleta de torcedores, lutava pela vaga nas quartas, mas para isso, precisava reverter o 1 a 0 da ida. Conseguiu igualar após uma jogada de velocidade, visão, técnica e eficiência de Luciano Henrique, que cruzou e Wilson escorou pra dentro. Aquele que deveria ser o segundo ou até terceiro gol leonino, que viu em Paulo Baier o pilar da eliminação por chances perdidas, paradas no goleiro Marcos, pentacampeão do mundo pela seleção e que para muitos, fez ali sua melhor partida da carreira. Após o gol, Ciro quase marcava numa finalização forte onde Marcos e a trave foram suficientes para gerar o escanteio, que o leão cabeceou e a bola bate no chão e sobe. A partida foi de um grau máximo em relação a emoção, nervosismo, explosão, angústia, medo, felicidade e esperança, porém infelizmente para um triste fim rubro negro, também de frustração.
Nos pênaltis, aquele ato normal viria a acontecer: "Magrão pegar". O goleiro rubro negro começou evitando no chute de Mozart, mas não parou Marcão, Danilo e Armero e viu Luciano Henrique, Fumagalli e Dutra pararem em Marcos e errarem as cobranças, fazendo que o gol de Igor não fosse suficiente. Era uma confusão de sentimentos, pois após o gol de Wilson, houve expulsão do palmeirense Wendel e a pressão leonina, além de chegar nos pênaltis com mais poder de reação e por ser na Ilha, o pulso era maior, mas nas cobranças, o resultado gerou uma dor que dói até os dias atuais.
O festival de 'se' é enorme. Se o Sport tivesse passado do Palmeiras, até onde iria aquele time? Cada vitória era mais casca e assim como no ano anterior, o torcedor abraçava e jogava ainda mais junto. Eliminar o alviverde pela segunda vez consecutiva, na mesma fase, tendo no horizonte o Nacional/URU, tricampeão da Libertadores e Mundial, que vivia uma das melhores fases técnicas dos últimos anos, mas que ao analisar os jogos contra o Palmeiras, era nítido que contra um Sport organizado, impulsionado e dominante, não iria resistir. Quer ter dimensão disto? Após a eliminação para o Nacional, o goleiro Marcos revelou em entrevista que se fosse para sua equipe atuar da forma que atuou contra os uruguaios, "seria melhor o Sport ter passado (contra o Palmeiras)". Essa confusão de 'se', na minha visão colocaria o Sport nas semifinais para encarar o Estudiantes/ARG, que foi o campeão daquela edição, contra o Cruzeiro, no Mineirão.
Se aquela bola de Ciro entra? Se aquelas finalizações de Paulo Baier fossem gols? Onde o Sport chegaria? Como o Sport estaria agora? O sucesso internacional poderia influenciar para a não queda para a Série B de 2010? Se a política do clube fosse mais organizada e o time tivesse mais poder e planejamento nas contratações para melhoras setores como laterais e ataque, como seria aquela temporada na competição e como um todo em si?
Eu considero essa a maior frustração da história de um clube que numa só temporada perdeu dois aspectos que influenciariam a sua vida: 1: a partida, o que viria a abrir margem no torneio e 2: o potencial da década 2000, que só viria a voltar entre 2014 e 2015, com estruturação, finanças e poder técnico, mas como de costume, voltou a ficar no passado, já que hoje, em 2019, o clube voltou a ser o tamanho de antes, sem o mesmo potencial.
Times da partida:
Sport: Magrão; Igor, César e Durval; Paulo Baier (Fumagalli), Daniel Paulista (Sandro Goiano), Andrade (Moacir), Luciano Henrique e Dutra; Ciro e Wilson
Técnico: Nelsinho Baptista
Palmeiras: Marcos; Maurício Ramos, Danilo e Marcão; Wendel, Pierre, Souza (Mozart), Cleiton Xavier, Diego Souza (Willians) e Pablo Armero; Keirrison (Ortigoza)
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
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