1994? O primeiro Nordestão oficial que o Sport conquistou antes do inicio da Copa do Nordeste

A Copa do Nordeste surgiu em 1994, oriunda de uma iniciativa das Federações Pernambucana e Alagoana de Futebol com o Governo do Estado de Alagoas, que juntos criaram a Taça Governador Geraldo Bulhões, a "1ª Copa do Nordeste". Eram décadas dos clubes nortistas e nordestinos tentando criar uma competição de cunho inter-regional ou regional que fixasse no calendário da CBD/CBF, como o Taça dos Campeões (1939), Copa Cidade de Natal (1946), Torneio dos Campeões do Nordeste (1948), Torneio dos Campeões do Norte e Nordeste (1952) e o Torneio Hexagonal do Norte-Nordeste (1967). Mas foi em 1994 que uma Liga Nordestina começou oficialmente, ao ponto de seu sucesso render a chancela da CBF e colaboração para sua volta em 1997 e até os dias atuais permanecer glorificando a terra arretada.


Antes da Lampions, houve outra competição oficial de status regional, foi a Taça Norte, um inter-regional anexo à Taça Brasil - que em 2010 unificou-se ao Brasileirão - tendo seus jogos paralelos ao Zonal Norte-Nordeste do certame nacional. Neste caso, é importante frisar dois detalhes: 1) é oficial, não há discussão e 2) é um inter-regional e não um regional, ou seja, é um título norte-nordestino e não somente nordestino. Por isso é importante categorizar os títulos pela geografia. Entre 1968 e 1970 foi disputado o Torneio Norte-Nordeste, o Brasileirão do Norte, um campeonato envolvendo times das duas regiões irmãs, mas de cunho nacional, paralelo ao Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão - que em 2010 também unificou-se ao Brasileirão - portanto, não se escala no quesito de títulos de expressão regional e sim nacional. Em 1971, a Série B do Brasileirão foi disputada em zonais regionais, com cada fase regional e inter-regional valendo título. Na região Norte o Remo sagrou-se campeão e na Nordeste, o Itabaiana/SE levou o título, com ambos clubes se enfrentando na fase Norte/Nordeste posteriormente e o clube paraense levando a melhor e partindo para disputar o título da Segundona com o campeão das outras chaves, o Villa Nova/MG, que ficou com o título. Para saber mais sobre os regionais anexos a Série B de 1971, leia do Dossiê.

Recapitulando, até aqui, esses são oficialmente os nordestinos campeões inter-regionais e regionais:

INTER-REGIONAL (CAMPEÃO DO NORTE/NORDESTE)

Taça Norte:

Bahia: 3 (1959, 1961 e 1963)
Náutico: 3 (1965, 1966 e 1967)
Fortaleza: 2 (1960 e 1968)
Sport Recife: 1 (1962)
Ceará: 1 (1964)

Torneio Norte-Nordeste (Brasileirão do Norte):*

Sport Recife: 1 (1968)
Ceará: 1 (1969)
Fortaleza: 1 (1970)

*Títulos não listados por se referir a um certame de finalidade nacional

REGIONAL (CAMPEÃO DO NORDESTE)

Campeonato do Nordeste (anexo a Série B do Campeonato Brasileiro)

Itabaiana/SE: 1 (1971)

Copa do Nordeste:

Vitória: 4 (1997, 1999, 2003 e 2010)
Bahia: 4 (2001, 2002, 2017 e 2021)
Sport Recife: 3 (1994, 2000 e 2014)
Ceará: 3 (2015, 2020 e 2023)
Fortaleza: 2 (2019 e 2022)
América-RN: 1 (1998)
Campinense: 1 (2013)
Santa Cruz: 1 (2016)
Sampaio Corrêa: 1 (2018)

Mas onde entra o título regional que o Sport conquistou antes de 1994?

Como sabemos, o Torneio Norte-Nordeste foi o Campeonato Brasileiro do eixo Norte do país, tenho a mesma finalidade do Robertão, que equivalia ao Campeonato Brasileiro do eixo Sul. O Brasileirão do Norte foi criado e organizado pela CBD, precursora da CBF e tinha em sua disputa duas chaves, a Norte e a Nordeste, onde o melhor de ambas se enfrentariam na final para definir o campeão brasileiro do Norte e o representante do eixo Norte do Brasil na disputa do Torneio dos Campeões da CBD, contra os vencedores do Torneio Centro-Sul, Robertão e Taça Brasil, para descobrir o campeão nacional e o representante brasileiro na Libertadores.

As chaves Norte e a Nordeste valiam títulos à parte, onde os vencedores eram oficialmente o campeão regional de cada região. A disputa paralela era anexa ao Torneio Norte-Nordeste e inclusive a tabela, os critérios, os métodos de disputa e todos os demais detalhes de cada chave não era interligada com a outra. Cada uma chave era regida de acordo com as federações e os clubes participantes. O Brasileirão do Norte perdurou de 1968 e 1970, mas até aqui, foram encontrados documentos oficiais que provam a legitimidade das disputas de títulos regionais anexos somente na primeira edição.

É de suma importância não confundir os títulos conquistados pelo Sport em 1968. O Torneio Norte-Nordeste, simplesmente o Campeonato Brasileiro do Norte, ou Brasileirão do Norte foi vencido pelo Leão da Ilha com duas vitórias sobre o Remo, por 2x1 em Belém, no dia 23 de fevereiro de 1969 e 3x1 no Recife, no dia 02 de março de 1969. A vaga na final do Brasileirão do Norte foi oriunda da conquista da chave Nordeste, que paralelamente valia o título do Torneio do Nordeste, este que é o tratado nesta matéria e que o rubro-negro conquistou após golear o Santa Cruz por 4x1 na Ilha, no dia 22 de dezembro de 1968, confirmando a liderança no quadrangular contra CSA, Santa Cruz e Calouros do Ar, respectivamente vice, 3º e 4º colocado do Nordestão de 1968.

REGULAMENTO

O Diário de Pernambuco trazia as atas de reunião e o regulamento oficial do Torneio Norte-Nordeste de 1968, que comprovava a finalidade do campeonato e os títulos regionais anexos.

Diario de Pernambuco, 20 de Dezembro de 1968

Diario de Pernambuco, 25 de Julho de 1968

PARTICIPANTES

Os clubes participantes do Torneio Norte-Nordeste eram os melhores colocados nos campeonatos estaduais daquela temporada. Casa estado possuia duas vagas. Pernambuco não contou com o campeão, o Náutico, que foi convidado para a disputa do Robertão e ficou de fora, abrindo espaço para o Santa Cruz, 3º colocado. No Ceará, Ceará e Fortaleza queriam ter a garantia da participação da dupla independente de critério técnico. Tentaram articulação política, mas a CBD e a FCF pendeu pela ética e inscreveram por classificação estadual. Campeão, o Ferroviário representou o estado junto ao Calouros do Ar, 3º colocado com a vaga assumida após desistência do vice, o Fortaleza. Os estados do Maranhão e Piauí, mesmo pertencentes ao Nordeste no mapa oficial nacional da República, não faziam parte futebolisticamente da região Nordeste por alguns anos até 2015 e disputou o Torneio Norte-Nordeste de 1968 pela chave Norte.

Diario de Pernambuco, 04 de Setembro de 1968

Alagoas:


Centro Sportivo Alagoano (campeão alagoano de 1968)
Clube de Regatas Brasil (vice-campeão alagoano de 1968)


Bahia:


Galícia Esporte Clube (campeão baiano de 1968)
Fluminense de Feira Futebol Clube (vice-campeão baiano de 1968)


Ceará:


Ferroviário Atlético Clube (campeão cearense de 1968)
Calouros do Ar Futebol Clube (3º colocado cearense de 1968)


Paraíba:


Botafogo Futebol Clube (campeão paraibano de 1968)
Campinense Clube (3º colocado paraibano de 1968)


Pernambuco:


Sport Club do Recife (vice-campeão pernambucano de 1968)
Santa Cruz Futebol Clube (3º colocado pernambucano de 1968)


Rio Grande do Norte:


Alecrim Futebol Clube (campeão potiguar de 1968)

ABC Futebol Clube (vice-campeão potiguar de 1968)


Sergipe:


Associação Desportiva Confiança (campeão sergipano de 1968)
Club Sportivo Sergipe (vice-campeão sergipano de 1968)


FORMATO E CAMPANHA DO CAMPEÃO

Dois grupos com 7 equipes cada jogando em turno e returno. Líder e vice-líder de cada grupo (1 e 2) jogariam um quadrangular final para definir o campeão nordestino.


Grupo 1 (Sport Recife líder)


Sport 3x0 Ferroviário - 28 de Setembro de 1968

Sport 1x0 Calouros do Ar - 06 de Outubro de 1968

Sport 4x1 Campinense - 10 de Outubro de 1968

ABC 1x2 Sport - 13 de Outubro de 1968

Botafogo 0x2 Sport - 16 de Outubro de 1968

Alecrim 1x5 Sport - 25 de Outubro de 1968

Ferroviário 0x0 Sport - 06 de Novembro de 1968

Calouros do Ar 2x1 Sport - 10 de Novembro de 1968

Sport 2x1 ABC - 13 de Novembro de 1968

Sport 5x1 Botafogo - 17 de Novembro de 1968

Sport 1x1 Alecrim - 21 de Novembro de 1968

Sport 2x0 Campinense - 28 de Novembro de 1968


Quadrangular Final (Sport Recife campeão regional do Nordeste)


CSA 3x0 Sport - 01 de Dezembro de 1968

Sport 2x0 Calouros do Ar - 05 de Dezembro de 1968

Sport 2x1 Santa Cruz - 08 de Dezembro de 1968

Sport 4x1 CSA - 11 de Dezembro de 1968

Sport 1x0 Calouros do Ar - 15 de Dezembro de 1968

Sport 4x1 Santa Cruz - 22 de Dezembro de 1968


A COBERTURA DA IMPRENSA REGIONAL E NACIONAL


Jornais de diversos estados do país cobriam a campanha e o título regional do Sport em 1968. O clube que sagrou-se campeão brasileiro do Norte sobre o Remo, meses antes havia sido campeão regional do Nordeste sobre o Santa Cruz.


Antes do Brasileirão do Norte iniciar-se, a imprensa deixava claro as disputas regionais anexas ao Torneio:


Jornal do Sports (RJ), 04 de Outubro de 1968


O Poti (RN), 06 de Outubro de 1968


Jornal do Commercio (AM), 09 de Outubro de 1968

O Clássico das Multidões marcou o encontro final para definir o campeão do Nordestão de 1968. Os jornais frisavam diversas informações, como a disputa do título entre Santa Cruz e Sport.


Diario de Pernambuco, 30 de Setembro de 1968


Diario de Pernambuco, 05 de Dezembro de 1968

O Poti (RN), 08 de Dezembro de 1968

Diario de Natal (RN), 16 de Dezembro de 1968

A Tribuna (SP), 17 de Dezembro de 1968

Diario de Pernambuco (PE), 22 de Dezembro de 1968

Diario de Pernambuco, 22 de Dezembro de 1968

O Poti (RN), 22 de Dezembro de 1968

Diario de Pernambuco (PE), 22 de Dezembro de 1968

Diario de Natal (RN), 21 de Dezembro de 1968

Correio da Manhã (RJ), 18 de Dezembro de 1968

O título do Nordeste do Sport Recife foi destaque nas colunas nacionais, com a imprensa frisando “campeão do Nordestão” e que a torcida pôde comemorar um título após 6 anos de espera, desde o Campeonato Pernambucano e a Taça Norte de 1962 e destacando os planejamentos do clube em realizar um amistoso contra a Seleção da Hungria para a festa da conquista, que ocorreu e terminou empatado em 3 a 3 e a equipe seguindo o planejamento para buscar novos títulos, após conquistar sua região, conquista essa que foi sempre frisada pela imprensa ao se referir ao Leão do Norte. O título foi digno de uma tremenda festa, com direito a invasão de gramado pela torcida, que realizou um carnaval que estendeu-se para a quadra coberta da Ilha do Retiro.


Diario da Manhã (PE), 23 de Dezembro de 1968


Diario de Natal (RN), 23 de Dezembro de 1968


Jornal dos Sports (RJ), 23 de Dezembro de 1968


Jornal dos Sports (RJ), 23 de Dezembro de 1968


Correio da Manhã (RJ), 24 de Dezembro de 1968


Diario do Paraná (PR), 25 de Dezembro de 1968


O Jornal (RJ), 24 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco (PE), 08 de Janeiro de 1969

Diario de Pernambuco (PE), 20 de Janeiro de 1969

Diario da Manhã (PE), 03 de Fevereiro de 1969

Diario da Manhã (PE), 03 de Fevereiro de 1969

Diario da Manhã (PE), 10 de Fevereiro de 1969

Diario de Pernambuco (PE), 18 de Dezembro de 1969


Após o título, a imprensa cobria o dia a dia do Sport, sempre relembrando a conquista regional:

Diario de Notícias (RJ), 12 de Janeiro de 1969

Diario de Pernambuco (PE), 08 de Fevereiro de 1969

Jornal dos Sports (RJ), 23 de Fevereiro de 1969

Em 1988, na reportagem especial pelo título brasileiro de 1987, o Diário de Pernambuco contou as histórias das conquistas do Sport até chegar a conquista nacional. O jornal relembrou o título do Nordestão após a goleada sobre o Santa Cruz por 4 a 1 na Ilha do Retiro e que mais tarde o time viria a vencer o Remo na final do Torneio Norte-Nordeste.


Diario de Pernambuco (PE), 08 de Fevereiro de 1988


O Diario de Pernambuco, fez uma hipercobertura do título do Sport Recife no Torneio do Nordeste de 1968 e detalhava a festa na Ilha do Retiro com invasão da torcida ao gramado, entrega de faixas aos atletas campeões e entrevistas na beira do gramado com os rubro-negros exprimindo a emoção de ser donos do Nordeste. E também promoveu destaque ao certame, como a criação da “Seleção do Nordestão”, selecionando os melhores do torneio.


O Sport Recife realizou festas na sede do clube e carnaval com carreatas nas ruas do Recife, divulgando preços e condições no jornal. A direção leonina destacava que o carnaval era merecido pois a torcida não comemorava um título há 6 anos, desde o título pernambucano de 1962.


Diario de Pernambuco (PE), 24 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco (PE), 24 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco (PE), 24 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco (PE), 25 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco, 27 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco (PE), 29 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco (PE), 29 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco (PE), 29 de Dezembro de 1968


Diario de Pernambuco (PE), 01 de Janeiro de 1969


Ao decidirem o título final do Torneio Norte-Nordeste, a cobertura foi saliente em citar que seria o embate entre os campeões regionais do Norte e do Nordeste.



Diario da Manhã (PE), 24 de Fevereiro de 1969



Diario de Pernambuco (PE), 23 de Fevereiro de 1969



Diario de Pernambuco, 23 de Fevereiro de 1969


O Sport Recife passava por um processo de eleições para presidentes de clube e do Conselho Deliberativo, e o título regional junto ao planejamento pelo título nacional do Torneio Norte-Nordeste eram trunfos pela reeleição dos atuais gestores que conquistaram o troféu inédito pro estado.



Diario da Manhã (PE), 06 de Janeiro de 1969



Diario de Pernambuco, 07 de Janeiro de 1969


O Torneio do Norte e o Torneio do Nordeste tinham os mesmos intuitos: indicar o seu campeão regional para a final do Torneio Norte-Nordeste, todavia, cada um deles possuíam seus regulamentos, formatos, normas, quantidade de equipes disputantes e tantos outros detalhes, o que eleva ainda mais o aspecto de que mesmo sendo disputas de chaves de um mesmo torneio, eram de fato torneios anexos a outro certame. A mídia enfatizava os formatos e a disputa pela conquista regional.



Diario de Natal, 02 de Outubro de 1968


Em 1969, a imprensa pernambucana destacou que o Sport Recife lutava pelo bicampeonato regional, mas saiu da disputa e que o título de campeão do Nordeste ficaria entre Ceará e Galícia na chave Nordeste (Torneio do Nordeste). No fim, ficou com o alvinegro cearense.



Diario de Pernambuco (PE), 22 de Outubro de 1969



Diario da Manhã (PE), 01 de Dezembro de 1969


Em 1975, o Diario da Tarde, do estado do Paraná, realizou uma coluna especial do vice-campeonato paranaense do Colorado Esporte Clube, detalhando todos os atletas que passaram pela equipe da capital e um dos jogadores citados foi Neo, que esteve no Sport Recife em 1968. O jornal acentuou os dois títulos vencidos pelo atacante, o “Torneio Norte-Nordeste” e o “Nordestão”. Outro caso de citação do título ocasionado por transferência foi na Guanabara (hoje, Rio de Janeiro), quando o Vasco da Gama negociava com o atacante Acelino, do Sport Recife.



Diario da Tarde (PR), 18 de Agosto de 1975



Jornal dos Sports (RJ), 13 de Janeiro de 1969


LEGITIMIDADE E FINALIDADE


Além das atas e do regulamento, o Relatório Anual da CBD de 1968, que encontra-se na sede dos arquivos da CBF, registra o Sport Recife como “campeão do Nordeste” e o Remo como "campeão do Norte" daquela temporada.


Fonte: CBF por e-mail


O título abordado é claramente legítimo por um aspecto fundamental e primordial: finalidade. O objetivo da competição narrada é de fato com o intuito de apresentar via critérios técnicos, legalidades e formalidades, os status e valores que clubes, torcedores, federações, confederação e imprensas trataram como título regional do Nordeste.


Se a competição busca um respectivo valor, como o título de campeão Nordeste, por exemplo, ela deve seguir o mapa profissional e de filiações referente ao determinado espaço geográfico, com todas federações representantes disputando ou ao menos consultadas para participarem, e sempre contanto com os melhores de cada estado de acordo com um critério técnico, assim, podendo apontar o melhor time daquela faixa e, como seguindo o exemplo, apontando o campeão entre os melhores do Nordeste do Brasil.


Em 2010, o jornalista paulista Odir Cunha, autor do Dossiê da unificação dos títulos brasileiros a partir de 1959 destrinchou para a SporTV o conceito de legitimidade de uma competição


"Não importa número de participantes, nome, fórmula de disputa, nível técnico nem é tão importante, o importante é a finalidade."


Fica provado a legitimidade do profissionalismo, critérios, padrões, métodos, oficialidade e reconhecimento do Torneio do Nordeste de 1968, o regional nordestino anexo ao Brasileirão do Norte. Junto a este material, prova-se também os títulos regionais da chave Norte, referentes a 1968, 1969 e 1970 e os títulos regionais do Norte, do Nordeste e inter-regional do Norte-Nordeste anexos a Série B de 1971. Diferente das chaves nortistas, só há comprovação de título referente a chave Nordeste do Brasileirão do Norte na edição de 1968. Em 1969 e 1970, os melhores nordestinos foram Ceará e Sport, respectivamente, mas sem confirmação se houve disputas regionais anexas naquelas temporadas.


Existem diversas outras competições que de características regionais apontadas por diversos clubes. Todas podem e precisam ser estudadas e aprofundadas e caso sim, reconhecidas como títulos oficiais. No fim, teremos no mínimo a narração de grandes histórias e um passado resgatado.


Oficialmente, como fica o quadro de títulos inter-regionais e regionais dos clubes nordestinos?


INTER-REGIONAL (CAMPEÃO DO NORTE/NORDESTE)


Taça Norte:

Bahia: 3 (1959, 1961 e 1963)
Náutico: 3 (1965, 1966 e 1967)
Fortaleza: 2 (1960 e 1968)
Sport Recife: 1 (1962)
Ceará: 1 (1964)

REGIONAL (CAMPEÃO DO NORDESTE)

Torneio do Nordeste (anexo ao Brasileiro do Norte)

Sport: 1 (1968)

Campeonato do Nordeste (anexo a Série B do Campeonato Brasileiro)

Itabaiana/SE: 1 (1971)

Copa do Nordeste:

Vitória: 4 (1997, 1999, 2003 e 2010)
Bahia: 4 (2001, 2002, 2017 e 2021)
Sport Recife: 3 (1994, 2000 e 2014)
Ceará: 3 (2015, 2020 e 2023)
Fortaleza: 2 (2019 e 2022)
América-RN: 1 (1998)
Campinense: 1 (2013)
Santa Cruz: 1 (2016)
Sampaio Corrêa: 1 (2018)

Em caso de unificação:

Sport Recife: 4 (1968, 1994, 2000 e 2014)
Vitória: 4 (1997, 1999, 2003 e 2010)
Bahia: 4 (2001, 2002, 2017 e 2021)
Ceará: 3 (2015, 2020 e 2023)
Fortaleza: 2 (2019 e 2022)
Itabaiana/SE: 1 (1971)
América-RN: 1 (1998)
Campinense: 1 (2013)
Santa Cruz: 1 (2016)
Sampaio Corrêa: 1 (2018)

TÍTULOS OFICIAIS DO SPORT POR GEOGRAFIA


Nacional:
Campeonato Brasileiro: 1 (1987)
Campeonato Brasileiro do Norte: 1 (1968)
Copa do Brasil: 1 (2008)
Campeonato Brasileiro - Série B: 1 (1990)

Inter-regional:
Taça Norte: 1 (1962)

Regional:
Copa do Nordeste: 3 (1994, 2000 e 2014)
Torneio do Nordeste: 1 (1968)

Estadual:
Campeonato Pernambucano: 43 (1916-2023)

Curiosidade:

Até 2014, antes da conquista do seu 4º Nordestão, o Sport escalava os títulos do Torneio do Nordeste de 1968 e 1970 no site oficial. Como sabemos, nunca foi comprovado a legitimidade em 1970, todavia, é essencial a busca pela história.

Site do Sport Club do Recife, 09 de Fevereiro de 2014

Em 1975, o Sport Recife montou um time que ficou conhecido como “Seleção do Nordeste”, que contava com craques nacionais como Dadá Maravilha, Assis Paraíba e Luciano Veloso, o Luciano Maravilha. O Leão conquistou o estadual daquela temporada e o Diario de Pernambuco realizou uma reportagem especial com todos integrantes campeões da cúpula leonina. Entre os integrantes, destaque para o massagista Zé Ramos, que segundo o Jornal, foi um dos colaboradores para o título de campeão regional do Nordeste de 1970, vencido pelo Leão da Ilha.


Diario de Pernambuco, 11 de Agosto de 1975

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